Pouco tempo depois de elogiar o editor de um portal de notícias de Madre de Deus, o presidente da Câmara Municipal, vereador Marden Lessa (PC do B) voltou a atacar a imprensa no município.
As duas das expressões mais usadas pelo comunista ao falar sobre a imprensa quando ele não gosta do que foi publicado: chama de partido da imprensa golpista (PIG) ou de notícias falsas deturpadas pela mídia.
A rádio comunitária da cidade, um site local e outro de Candeias são os principais alvos.
Na terça-feira (23), Marden disse durante a sessão que os veículos precisam ter coragem para atacar ele, não os seus aliados. Em referência a reportagem publicada na semana passada pelo Madre Sem Média, depois que o edil mencionou que um veículo de comunicação recebeu R$ 53 mil da prefeitura. A reportagem apontou que o dono do contrato trabalha para o vereador.
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Para ele, a informação foi um ataque ao seu assessor, mas a reportagem só reproduziu a fala do parlamentar que destacou contratos de mídias do município, de modo geral, afetando assim um de seus colaboradores.
O edil afirmou ainda que “chumbo trocado não doe” e que “também tem armas na mão”.
Em seguida, disse que esse era o primeiro recado, sinalizando que o próximo seria através de vias judiciais que ele já estaria protocolando: “E vai ser coisas piores”.
O parlamentar também tentou justificar as críticas ao governo que contradizem muitos de seus discursos, afirmando que cobra do governo porque pediu voto para o melhor grupo político de Madre de Deus e que não poderia chegar em 2020 como um mentiroso.
Apesar disso, o vereador ficou conhecido nos bastidores por utilizar discursos contra o governo quando suas solicitações não são atendidas e de defesa após obter respostas positivas.
Como por exemplo, em setembro do ano passado o presidente chegou a receber um pedido de afastamento do prefeito protocolado por um morador e justificou que seguiria o regimento interno.
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Na semana seguinte, depois de alinhar o discurso com o governo, o presidente afirmou que acima do Regimento Interno e da Lei Orgânica existia a Constituição Federal e arquivou a denúncia.
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Na ocasião, um vereador de oposição chegou a ironizar a situação, chamando o comunista de “morde e assopra”.
Depois disso, a oposição não protocolou outros pedidos de afastamento na Câmara. Eles ressaltaram que pedidos de afastamento no Legislativo são utilizados como moeda de troca entre aliados do governo.
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