A alta temporada em Madre de Deus é marcada pelo grande movimento na cidade, as festas e praias atraem um grande número de turistas ao município, e com eles os preços altos. A dinâmica é conhecida dos moradores da cidade que se queixam de alguns estabelecimentos. De acordo com a Associação de Comercio e Indústria de Madre de Deus (ACIM) a população precisa comprar para que os preços sejam mais competitivos.
Os moradores reclamam dos produtos e serviços que ficam mais caros no verão. Guilherme Oliveira, de 22 anos, não concorda: “Os preços são caros demais, e cada dia mais vem aumentando e estou decepcionado com os comerciantes de Madre de Deus”. Ele conta que foi comprar um leite condensado que em Candeias custa R$ 3,20, em um determinado mercadinho na cidade você encontra o mesmo produto por R$ 4,50.
“Isso é revoltante! Não vale a pena, por que os preços são demais, a campanha (da ACIM) é para incentivar ou baixar os preços, só faz aumentar a cada dia. Aí fica difícil de comprar nos mercados daqui de Madre de Deus, estou fazendo compras em Candeias que saí mais em conta. É mais barato”, afirma.
O morador Gabriel Silva, de 27 anos, classifica os preços na cidade como “altíssimos”. Para ele “não dá pra comprar nada” no município.
“Feijão aqui tá de R$ 5, em Candeias é R$3,80. Isso é um absurdo pra nós que compramos aqui!Fiquei indignado com os preços dos supermercados daqui”, reclama.
Segundo ele, os preços altos se repetem em outros produtos e cita a situação do país.
Para Jilvan Oliveira que veio visitar a cidade, a taxa de consumação mínima na praia do Bonfim é “absurda”.
“Acho que o cliente deve vir usufruir, se ele quiser consumir algo na barraca, mas não é obrigado. Fiquei sabendo que estavam cobrando algo indevido. Como por exemplo: taxa de consumo e a mesa. Mas cheguei fui bem atendido. O rapaz que me atendeu disse que aqui não tem isso, e que eu só iria pagar pelo que quisesse consumir”, diz.
Ele conta que levou a caixa de isopor, mas o estabelecimento não exigiu a taxa de consumação mínima.
Seguindo ele, os preços são altos porque os comerciantes querem faturar na alta estação para compensar o período do inverno.
Ele considera natural, já que os barraqueiros estão trabalhando e suando a camisa. “Também precisamos reconhecer o micro-empreendedor e reconhece-lo como profissional”, diz.
De acordo com Marilene Gonsalves que veio comemorar o aniversário na cidade, fica mais barato levando o cooler para praia. Ela diz que se reuniu com amigas e levaram tudo que precisam, evitando a taxa de consumação mínima cobrada por algumas barracas.
“É a primeira vez que estou vindo, mas me prevenir”, disse.
O barraqueiro Edy Santos, que trabalha como comerciante há 31 anos, rebate o rapaz que fez um vídeo e reclamou da taxa de consumação mínima. Segundo ele, o rapaz teria vindo com um grande grupo de pessoas.
“A praia é pública, mas a cadeira não é pública não! A gravação foi infeliz”, disse.
O comerciante reclama que tem pessoas que vem de outras cidades e trazem até sal.
“Vai ter mesa e cadeira e não vai gastar nada? Tem que gastar sim porque a prefeitura cobra da gente e precisamos cobrar dos turistas também. Porque o imposto aqui em Madre de Deus é muito caro, e o comércio está realmente a ver navios”, afirma.
Ele conta que o turista traz o isopor, frango assado, farofa e chega à barraca e quer sentar para beber uma água mineral e uma cerveja o dia todo: “Aí não!”.
Segundo ele, a barraca dispõe de alimentos e bebidas para servir bem moradores e turistas.
Querem que o morador pague o preço de turista. Não acho isso justo”. A dona de casa Sônia Martins tem uma sugestão para resolver o problema: “devia ter uma carteirinha para morador usar e pedir para pagar o preço verdadeiro.”
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