Por conta da pandemia do novo coronavírus, a Petrobras reduziu em 10% o preço do botijão de gás. A garrafa de 13Kg passou a custar para distribuidoras autorizadas R$ 21,85. Com a redução, a estimativa era de que o preço nas revendedoras caíssem. No entanto, não é isso quem vem acontecendo em algumas cidades da região metropolitana de Salvador.
Um botijão de gás de 13kg custa em média nas distribuidoras, com o repasse de tributos e margens, 48 a 57 reais. No atual contexto, apesar da redução de 10% nas refinarias, o preço para o consumidor final é bem mais salgado.
A reportagem do Madre sem Média pesquisou neste domingo (19), o valor do produto em 3 maiores revendedoras de Madre de Deus. O preço do botijão varia de 67 a 75 reais. Há locais que ainda inflam o valor de acordo com o tipo de pagamento, em dinheiro ou cartão chegando até 78 reais.
A pesar dos preços, revendedoras disseram não ter alterado o preço e que não há pretensão de aumento. Um distribuidor que preferiu não se identificar, disse que duas distribuidoras de gás no Estado compram os botijões da Petrobras por um valor de R$ 21,85 e repassam aos revendedores a R$ 57,15 e R$ 48.
“Os revendedores passam a receber a culpa do preço do gás sem serem os responsáveis dos altos valores. O lucro fica com as distribuidoras, que ganham quase 200%. Nós, revendedores, ficamos com menos de 10%, pois recebemos os botijões das distribuidoras por R$ 57 e temos que revender a um valor de R$ 75”, lamentou.
Apesar do aumento em algumas revendedoras, o consumo de gás de cozinha aumentou 23% no país devido ao isolamento social. Os dados sobre o aumento do consumo são da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Além de mais consumo, as pessoas também passaram a estocar botijões, o que contribuiu para a falta do produto em algumas cidades.
De acordo com um especialista do Procon, o preço correto para a venda de um botijão de gás de 13 kg é de 64 reais. “O Procon admite de 68 a 70. Acima disso, é abuso. Aumentar o preço, sem uma justificativa técnica, é apenas uma maneira de abusar do direito ao lucro, inerente à atividade empresarial, mas que não pode ser confundido nesse momento”, afirma. A prática é crime contra a economia popular, previsto em lei.
Apesar disso, não há uma regra para os preços dos botijões, que são determinados livremente pelos revendedores em função de seus custos.
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